Tratamento das Crises Febris

Resumo Objetivo: 

Rever os conceitos atuais sobre convulsão febril, as principais indicações clínicas de exames complementares, o prognóstico dessa condição e a atualização sobre tratamento medicamentoso. Fonte dos dados: a autora revê a literatura e acrescenta sua experiência pessoal com publicações na área. Síntese dos dados: os principais destaques do artigo baseiamse nas normas da Academia Americana de Pediatria, elaboradas a partir de um consenso sobre quando indicar exames complementares na convulsão febril, além das indicações claras de quando e como tratar. Conclusões: convulsão febril é uma entidade geralmente benigna e a maioria das crianças terá apenas um episódio na vida. Para esse grupo não há necessidade de exames complementares (eletrencefalograma, punção liquórica e exames de neuroimagem) ou tratamento específico. Condições especiais são revistas e apresentadas em detalhe.

Introdução:

Convulsão febril (CF) ocorre na infância, geralmente entre os 3 meses e 5 anos de idade, associada à febre, na ausência de infecção intracraniana ou de outra causa neurológica definida, excluindo-se as crianças que tenham tido previamente convulsões afebris, CFs não devem ser confundidas com epilepsia, que se caracteriza por crises epilépticas afebris recorrentes. A primeira CF ocorre em média entre 18 e 22 meses, podendo ser de dois tipos: simples (uma única crise tônicoclônica generalizada com duração geralmente ao redor de 5 minutos) e complexa ou complicada (crises focais e/ou com duração maior que 15 minutos e/ou se recorrer em menos de 24 horas e/ou com manifestações neurológicas pós-ictais). A incidência de CF varia de 1% a 14%, dependendo do estudo. O único levantamento feito na América do Sul foi realizado no Chile, e apontou a incidência de 4%. Talvez este valor seja o que mais se aproxime da nossa realidade.

Fisiopatologia O baixo limiar do córtex cerebral em desenvolvimento, a susceptibilidade da criança a infecções, a propensão a ter febre alta e o componente genético afetando o limiar convulsígeno são fatores que se combinam e justificam,

Fisiopatologia O baixo limiar do córtex cerebral em desenvolvimento, a susceptibilidade da criança a infecções, a propensão a ter febre alta e o componente genético afetando o limiar convulsígeno são fatores que se combinam e justificam, porque a CF é um fenômeno da primeira infância e é sobrepujado com o crescimento. Estudos clínicos e experimentais demonstram que o cérebro imaturo apresenta maior susceptibilidade a convulsões. O baixo limiar provavelmente decorre da combinação de excitação aumentada e inibição diminuída, além de diferenças maturacionais nos circuitos subcorticais.

Diagnóstico Clínico:

 A CF costuma ser do tipo simples, isto é, crise tônicoclônica generalizada, rápida e isolada. Os pais podem referir hipotonia, mas, nesses casos, geralmente há uma fase clônica rápida que pode passar despercebida. Oitenta por cento das CFs enquadram-se nas duas circunstâncias acima referidas. As demais crises (20% dos casos) são classificadas como CFs complexas ou complicadas. As três características das CFs complexas (focalidade, duração >15 minutos e crises repetidas em 24 horas) parecem dividir alguns componentes subjacentes comuns, pois costumam ocorrer associadamente. Entre focalidade e duração prolongada, especialmente, há estreita correlação, isto é, as crises focais tendem a ser prolongadas. Paresia de Todd pode seguir uma crise focal. Acredita-se que o rápido aumento da temperatura seja um fator desencadeante da CF, mas até hoje não está claro se isso é mais importante do que a alta temperatura atingida. Uma história cuidadosa deve ser feita, pois poderá descartar outras causas de crises epilépticas, como trauma ou intoxicação, além de esclarecer se há história familiar de convulsões. A descrição completa da crise também é importante. O exame físico deverá incluir a pesquisa de possíveis focos infecciosos. A presença ou ausência de sinais meníngeos e o exame da fontanela são etapas fundamentais do exame neurológico. Infecção do sistema nervoso central causando crises convulsivas associadas à febre devem ser descartadas, especificamente encefalite ou meningite. Exames laboratoriais de rotina devem ser feitos apenas como parte da avaliação do quadro infeccioso e não por causa da CF. Exames radiológicos e de neuroimagem, tais como tomografia computadorizada e ressonância magné- tica, raramente podem ser úteis e não devem ser indicados de rotina. O eletrencefalograma (EEG) não contribui com informação prognóstica, embora possa ocorrer alguma anormalidade inespecífica (lentificação) até uma semana após a CF. Anormalidades epileptiformes são raras, e não se distinguem entre CF simples e CF complicada. Eventuais alterações eletrencefalográficas não são preditivas de recorrência ou de epilepsia posterior, isto é, não há associação convincente entre anormalidade precoce no EEG e recorrência de CF ou desenvolvimento futuro de epilepsia. A AAP recomenda que o EEG não deve ser realizado na avaliação de uma criança neurologicamente saudável que tenha uma primeira convulsão febril simples. O consenso da AAP acrescenta que não há valor prognóstico do EEG realizado precocemente ou no primeiro mês após a CF simples. Mais recentemente, outros autores avaliaram o valor do EEG em CFs complexas e também conclu- íram que não se recomenda a obtenção de EEG em crianças normais que tenham CFs complexas. Assim, as indica- ções de EEG em qualquer tipo de CF ficam restritas às seguintes situações: na suspeita de doença cerebral subjacente, na presença de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, e na presença de déficit neurológico. 

Veja também: Febre: 5 sinais de que é hora de procurar um médico

A alta temperatura corporal, junto com sintomas como fraqueza, dor de cabeça, perda de apetite, boca seca e desidratação entregam o estado febril, nada mais que um reajuste no hipotálamo, que tem entre suas funções agir como um termostato, controlando a temperatura do organismo.

A temperatura do corpo humano é ajustada para manter os órgãos internos em torno de 37°C, mas quando o organismo tem de combater algum agente que o agride, como vírus ou bactérias, ele pode liberar substâncias que agem no termostato, fazendo-o elevar a temperatura do organismo dois ou três graus Celsius acima do valor habitual.

Há controversas sobre o papel da febre, se ela de fato ajuda na defesa do organismo ou se é apenas um efeito incidental. Alguns pesquisadores acreditam que o aumento da temperatura acelera determinadas reações imunológicas e afetam a atividade de alguns agentes infecciosos; outros afirmam que a principal função da febre é alertar para uma agressão ao organismo, mas que seu benefício na defesa em si é pequeno, por isso o melhor é tomar medidas para baixá-la.

A pediatra Athenê Mauro, coordenadora da Saúde da Criança e do Adolescente, área de Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, explica que não há consenso sequer sobre o valor da temperatura que separa o estado normal do febril. “A forma mais confiável de aferir a temperatura é medi-la por via oral ou retal. Em crianças, a maioria dos médicos classifica como febre a temperatura retal acima de 38°C, mas alguns consideram febre temperatura retal acima de 37,7°C ou 38,3°C. A temperatura axilar varia de 0,4°C a 0,8°C mais baixo que a temperatura retal.”

A maior parte das pessoas recupera-se de febres comuns naturalmente, com o tempo, conforme o sistema imunológico age. Mas como o estado febril traz sintomas desagradáveis, muitos apelam para medicamentos desnecessariamente. A pediatra Athenê listou cinco dicas simples para auxiliar na regulação da temperatura corporal sem o uso de remédios:

* Faça compressas frias no tronco e nos membros usando toalha úmida ou bolsa térmica. Mas lembre-se: caso o paciente se queixe de muito frio e se sinta mal em contato com a umidade, não faça as compressas, pois elas podem piorar seu estado.

*Para cada elevação de 1ºC na temperatura corporal, o consumo de energia é 12% maior que o habitual, portanto alimente-se adequadamente. Faça  uma dieta leve, com alimentos de fácil digestão, para que o organismo não queime muita energia tentando digerir a comida.

A febre acelera os batimentos cardíacos (para cada grau elevado há aumento de 15 batimentos por minuto), o que provoca maior gasto de energia. Por isso, é importante repousar e evitar sobrecarregar o organismo com atividades físicas. Isso não significa que a pessoa precise passar o dia deitada. Basta não se esforçar em excesso e descansar o máximo que conseguir.

A velha dica de tomar banho para baixar a temperatura também é válida, porém evite a água fria. Embora ela realmente ajude a diminuir a temperatura, ela aumenta a frequência cardíaca, que já está acelerada por causa da febre. Portanto, o ideal é deixar a água morna escorrer por bastante tempo sobre o corpo, o que também contribui para seu relaxamento, .

*Não se esqueça de beber bastante água. Além de hidratar o corpo, que costuma perder água durante a febre, o líquido auxilia na regulação térmica do organismo.

 


 

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Procedimento a tomar: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=285028071867421&id=281582578878637

A chance de epilepsia na população que apresenta CF é um pouco mais alta que a esperada para a população em geral, ficando ao redor de 2% a 7% em acompanhamento a longo prazo. Annegers et al. Estudaram separadamente as características da CF complexa e observaram que o risco de epilepsia é proporcional ao número de características apresentadas. Para as crianças que tiveram as três características complexas (crise focal, prolongada e recorrente em 24 horas), o risco foi de 49%. Além do tipo de CF, história familiar de epilepsia e a presença de anormalidades neurológicas, tanto ao exame quanto no desenvolvimento, são fatores preditivos para epilepsia posterior no grupo de crianças com CF. O número de recorrências de CF talvez esteja relacionado à epilepsia futura. Quando se analisa a chance de epilepsia na população de crianças com CF, observa-se que os números são discretos e que, deste ponto de vista, existe pouca relação entre CF e epilepsia. Quando são analisadas as séries de epilepsia de lobo temporal (ELT), por outro lado, a história prévia de CF é freqüente e, inclusive, pode ser um fator de bom prognóstico cirúrgico.

Tratamento:

Basicamente deixar a criança de lado com a cabeça no mesmo nível do corpo, pois a criança não terá o reflexo automático de deglutir as secreções, mesmo que pouca pode ser o suficiente para causar outro mal. Com isso teremos que observar atentamente o horário do seu inicio e também seu termino. Importante salientar que não é aceito a não ser humano ter 2 convulsões dentro de 5 minutos.

Quando devemos nos preocupar?

A febre é um sinal clássico de uma infecção em alguma parte do seu corpo, chamamos de sinais e sintomas. E com tudo desencadeia algumas patologias clinicas e são baseadas nas idades de cada individuo. Nos bebês são as crises febris e nos adultos pode ser de diversas formas de sinais. Portanto as 1° crises ão motivo de acompanhamento médico. 2 crises dentro de 5 minutos. Em casos de quedas. Entre outras.

Obs: Lembrando que nunca se deve colocar o dedo na boca de umas pessoas que esteja em crises. A língua não enrola o que acontece é que a nossa língua é pesada e interfere na passagem de ar, por relaxar e cair sobre. Nunca coloque objetos na boca de um individuo. Somente apoie a sua cabeça para não bater ao solo durante as crises. Não tem o porquê você segurar o corpo do individuo durante as crises, pois seus reflexos serão muito mais fortes do que o seu. Não de nenhum tipo de líquidos ou alimento para a pessoa ingerir, pois da mesma forma que a crise veio ela terá seu termino. Após o termino da crise, não ficar esperando que o individuo te dará varias resposta, pois as crises demando de muita força e sempre o consome. Aguarde e de seu tempo permanecendo sempre após as crises o individuo de lado, chamamos de posição de segurança.